A assertividade do peso padrão para balança é critério primordial para manter um alto nível de confiabilidade nos processos industriais, laboratoriais e demais atividades que requerem minucioso controle de qualidade.

Os pesos padrões para balanças consistem na referência aplicada para verificação, ajuste e calibração dos mais diversos tipos de balanças, considerando os critérios técnicos previamente definidos pelos órgãos regulamentadores, como o INMETRO.

Vamos te explicar como fazer essa definição do peso da forma correta para garantir a plena qualidade e melhor custo-benefício em seus processos operacionais. Confira!

Classes de Peso Padrão – Portaria 289 INMETRO

Conforme a Portaria n°289/21 do INMETRO, existem sete classes de peso padrão para balança, e a escolha entre uma delas depende da exatidão da balança. As classes de peso padrão são divididas entre E1, E2, F1, F2, M1, M2 e M3, sendo a classe E1 a mais exata e a M3 a menos exata.

Classes de Balanças – Portaria 157 INMETRO

Assim como o peso padrão, as balanças também são classificadas por classes de exatidão. No caso das balanças, a Portaria do INMETRO que regulamenta a fabricação das balanças é a Portaria 157/22. São 4 classes de exatidão das balanças: I (Fina), II (Especial), III (Média), IIII (Ordinária), na qual o erro máximo permissível e a exatidão variam entre essas classes. A classe I (Fina) é a mais exata. Já a classe IIII (Ordinária) é a menos exata.

Entendendo o conceito de verificação, calibração e ajuste de balanças

Para estabelecer com exatidão um tipo de peso padrão conforme características da balança, o ponto de partida é entender 3 conceitos essenciais que muitas vezes são confundidos, o que prejudica a eficiência dos processos nas indústrias e laboratórios. Compreender esses conceitos e a aplicabilidade deles é crucial para garantir a qualidade e cumprimento das normas de qualidade. Vejamos:

— Verificação: Consiste em um controle periódico das balanças com peso padrão para avaliar se a leitura da pesagem está condizente com um critério de aceitação previamente definido. Este processo pode ser realizado pelo próprio usuário.

— Calibração: Considerando condições tecnicamente específicas, a calibração estabelece a relação entre os valores e as margens de incertezas quanto à medição entre um instrumento de medição (balança) e um padrão (peso padrão). Esse processo pode ser realizado apenas por um laboratório de calibração acreditado pela Cgcre/Inmetro (Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro) nos critérios da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025.

— Ajuste: Trata-se de atribuir uma referência à balança considerando um peso padrão interno ou externo visando corrigir, ou reduzir erros de medição. Este procedimento pode ser realizado pelo próprio usuário ou por um prestador de serviço devidamente autorizado.

Erros máximos permitidos para peso padrão

Para tornar os pesos padrão compatíveis com todas as demandas industriais (essencialmente pelo fato de ter que se adequarem com a precisão apresentada pela balança em questão), a portaria 289 do INMETRO estabelece uma tabela propondo quais sãos os erros máximos permitidos conforme a classe e o valor nominal dos pesos padrão, assegurando desta forma a devida exatidão para cada tipo de aplicação. Veja a tabela abaixo:

Dois métodos para definir o peso padrão para balança

A seguir, explicaremos os dois métodos possíveis de como definir o peso padrão adequado para cada balança. São eles: 1) utilizando a tabela de erros máximos permitidos e 2) calculando o número de divisões ou incrementos da balança.

Escolhendo o peso padrão utilizando a tabela de erros máximos permitidos

O primeiro passo para a utilização deste método de definição do peso padrão para balança é checar dados básicos da balança, que são capacidade e resolução. Também é necessário definir os pontos de medição para realizar a verificação periódica.
Vejamos um exemplo:

Capacidade da balança: 2.000 g
Resolução da balança: 0,01 g
Pontos de medição escolhidos para fazer a verificação periódica: 500 g, 1.000 g e 1.500 g

Passo 1: dividir a resolução da balança por 3 e descobrir o erro máximo permitido de cada peso
EMP = 0,01 / 3 = 0,00333 g ou 3,33 mg
Feito isso, a próxima ação é cruzar os valores nominais dos pesos utilizados na verificação com o valor de erro máximo permitido e escolher a classe de exatidão que ofereça EMP inferior ao calculado no passo 1.
Exemplificando:

Ponto 500 g: Classe F1 (EMP = 2,5 mg < 3,33 mg)
Ponto 1.000 g: Classe E2 (EMP = 1,5 mg < 3,33 mg)
Ponto 1.500 g: Classe E2 (EMP = 1,5 + 0,75 = 2,25 mg). Note que neste ponto, devemos somar os EMP dos pesos de 500 g e 1.000 g, pois não existe um peso padrão normalizado de 1.500 g.

Escolhendo o peso padrão pelo número de divisões da balança

Outra maneira eficiente de definir o peso padrão é considerar o número de divisões ou incrementos da balança e relacionar com a tabela de referência que mencionamos abaixo. Este modelo é mais simples, ágil e com prova de erros, o que favorece os processos de garantia da qualidade.
Exemplo:

Capacidade da balança: 2.000 g
Resolução da balança: 0,01 g
Pontos de medição escolhidos para fazer a verificação periódica: 500 g, 1.000 g e 1.500 g

Número de divisões (n) = capacidade (máx.) / resolução (d)
n = 2000 g / 0,01 g = 200.000 divisões

Atenção: o número de divisões é adimensional. Portanto, a unidade de medida do numerador e denominador devem ser iguais. Note que fizemos o cálculo utilizando a unidade de medida grama (g).
Com o cálculo do número de divisões/incrementos feito, basta verificar as recomendações da tabela e encontrar a classe de exatidão adequada para os pesos padrão:

Obs.: neste método, utilizamos sempre o ponto da carga máxima da balança que é o mais crítico, onde pode apresentar maior erro. Assim, a classe de exatidão será a classe mais exata para a balança em questão. Dessa forma, para qualquer ponto de medição entre a resolução e carga máxima da balança o recomendado é utilizar a classe E2.

Calibração de peso padrão para balança

Não é por acaso que o quesito calibração merece uma atenção especial. Este procedimento, como explicamos anteriormente, é um dos cuidados essenciais para garantir a confiabilidade dos processos, seja no ambiente industrial ou nos laboratórios. A definição do peso padrão adequado, conforme classificação da balança e demais requisitos, é primordial para obter os resultados que mencionamos a seguir.

Conformidade com normas técnicas nacionais e internacionais

Para manter o atendimento às normas de qualidade dos órgãos reguladores do Brasil e até mesmo de outros países, é fundamental comprovar de forma irrefutável a adoção de critérios objetivos e confiáveis quanto ao uso das balanças usadas no processo produtivo. A calibração é um procedimento-chave que deve ser seguido à risca e com a regularidade necessária.

Atestar a alta qualidade dos produtos fabricados

O padrão de qualidade de uma empresa depende do compromisso com um conjunto de detalhes que envolve cada fase do processo de fabricação de um produto. Para que tudo ocorra em harmonia, preservando a eficiência necessária, as balanças devem ser plenamente confiáveis. Além disso, todos os procedimentos que envolvem a calibração, verificação e ajustes precisam ser demonstrados de maneira técnica e documentada.

Aumento da eficiência nos processos operacionais

Quando existe confiabilidade no que se refere às rotinas do dia a dia na linha de produção, há um aumento na eficiência que repercute positivamente na produtividade. Essa otimização beneficia a cadeia produtiva como um todo, contribuindo para um aprimoramento contínuo que favorece a competitividade no mercado.

Redução de custos e prevenção de desperdícios

Uma das maneiras mais inteligentes de evitar desperdícios e diminuir custos é elevar a eficácia dos processos operacionais, otimizando principalmente o tempo, matéria-prima e demais recursos empregados. A calibração, juntamente com outros cuidados que envolvem o uso das balanças, favorece a agilidade e fluxo da produção sem sacrificar a qualidade.

Conclusão

De uma maneira resumida, considerando as duas formas de definir o peso padrão para balança que mencionamos anteriormente, é possível estabelecer uma relação entre as classes de exatidão dos pesos e as classes de exatidão das balanças, o que facilita a escolha do peso padrão mais adequado.
Dessa maneira, temos:

Balança Classe I – Pesos F1, E2, E1 ;
Balança Classe II – Pesos M1, F2, F1, E2, E1 ;
Balança Classe III e IIII – Pesos M3, M2, M1, F2, F1, E2, E1.

Obs.: essa relação considera aspectos generalistas. Portanto, ela não abrange ponto a ponto da balança. Dessa forma, sempre é necessário checar quais pontos serão verificados na escala da balança para definir qual a classe de peso indicada para cada ponto.

Depois de saber sobre a definição do peso padrão para balança, te convidamos para conversar com um de nossos especialistas e saber detalhes sobre as opções de pesos mais indicadas para sua empresa.